Em entrevista ao site Gazeta Esportiva, o presidente Andres Rueda revelou a situação em que o Santos estava quando assumiu, como o Clube está agora e como projeta terminar o seu mandato.
“Nosso último balanço apontava uma dívida de R$ 407 milhões. Já deve ter abaixado mais. Deste valor, eu já tenho R$ 270 milhões que são a longo prazo. Ou seja, você não é obrigado a pagar a dívida em curtíssimo prazo. São valores que são perfeitamente pagáveis. Portanto, você tem R$ 130 mi (de divida)”.
Rueda assumiu o Alvinegro Praiano no começo de 2021 e ficará no cargo até o final de dezembro de 2023. Até lá, ele espera reduzir ainda mais esta dívida.
“Se eu deixar no final do mandato, R$ 50 ou R$ 30 milhões, é tranquilo. Jogador não precisa nem ser vendido lá em cima que está resolvido, equilibrado”.
Quando eleito, o presidente enumerou as 10 maiores dívidas do Peixe. Ele quitou os déficits com Hamburgo-ALE por Cleber Reis, Atlético Nacional-COL por Felipe Aguilar, Brugge-BEL por Luan Peres e Huachipato-CHI por Soteldo. Além disso, parcelou as pendências financeiras e está pagando em dia o Krasnodar-RUS, as dívidas trabalhistas e as tributárias, o empresário Giuliano Bertolucci e a Doyen.
Andres Rueda ainda comentou sobre o processo de restruturação do Santos. O dirigente citou o trabalho que foi feito no Flamengo, que também passou alguns anos lutando para abater dívidas e hoje colhe bons frutos.
“O que foi feito no Flamengo e está sendo feito aqui, é o que tem que ser feito. Não tem genialidade nenhuma. Primeiro é isolar o clube de atitudes não corretas, parar com coisas estranhas, fechar a torneira e deixar o futebol uma coisa honesta. Depois, ter muita responsabilidade com o dinheiro do clube, tanto na receita quanto na despesa. É equilibrar as finanças e deixar toda estrutura proveitosa para as próximas gestões”.
O último título do Peixe foi o Campeonato Paulista de 2016. Depois o Santos foi vice do Brasileiro de 2019 e vice da Libertadores de 2020.
Rueda diz entender a torcida que pede reforços, mas destacou que é preciso manter a cabeça no lugar para não complicar ainda mais o Clube.
“A torcida tem todo direito de fazer isso (reclamar). A torcida não tem que estar preocupada se o clube tem ou não dinheiro. Ela quer o melhor para o clube e ver o time sempre ganhando. Não foi ela que colocou o clube nessa situação. Ela está certa. Então, eu entendo”.
“Você cometer erros é muito fácil. Sofrer pressão da torcida, de sócios, conselho por falta de jogadores melhores tem em todos os clubes. A facilidade de sair da planilha e cometer erros é muito grande. Contratar um jogador pagando R$ 1,5 milhão por mês é muito fácil, o difícil é pagar. O Santos, infelizmente, passou por esse tipo de erro. A gente se propôs a não cometer esse erro de novo”.
(Fotos: Ivan Storti/Santos FC)